Foto: Leandro TaquesPor Ednubia Ghisi e Julio Carignano

No Brasil de Fato

“A eleição no ano que vem vai ser a maior campanha eleitoral de luta de classes de toda a história do Brasil. Será uma guerra entre a classe trabalhadora e burguesia. Talvez somente a eleição de Getúlio Vargas na década de 50 tenha sido parecida”. A afirmação foi feita neste sábado (23) pelo coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, durante plenária da Frente Brasil Popular na 16ª Jornada de Agroecologia, na Lapa (PR).

Neste contexto de acirramento da luta de classes, Stédile apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o símbolo da materialização da classe trabalhadora. “O Lula não é mais do PT, ele é o símbolo e a materialização da classe trabalhadora brasileira. Por isso a burguesia tem tanta raiva do Lula, porque ele sintetiza toda a classe”, disse o dirigente, acrescentando que o Partido dos Trabalhadores não tem mais direito de decidir sobre a candidatura do ex-presidente. “A burguesia que coloque os candidatos que quiser, pois nós já temos o nosso”.

Gleisi Hoffmann, senadora do PT pelo Paraná, seguiu a mesma avaliação. “Não tem plano a, b ou c, é Lula presidente. As pessoas têm memória, sabem o que aconteceu, sentiram isso nas suas vidas e por isso querem o Lula de volta”, referindo-se às pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2018, em que o ex-presidente desponta como favorito.

A senadora enfatizou a perspectiva popular da figura de Lula: “Foi a primeira vez que tivemos um operário na presidência”, ressalvando o fato de que outros presidentes brasileiros que também atuaram com programas mais progressistas, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, mas tinham origem social na classe média e alta.

Aliada a candidatura de Lula, o líder do MST alertou que é preciso pensar para além do processo eleitoral, para a construção de um novo projeto para o país construído junto às bases populares. “Não basta eleger o Lula, ele é o símbolo da nossa classe, mas o que a classe vai fazer lá? Temos que discutir um projeto que não é só eleitoral. Ele deve ser uma construção coletiva com a classe. Um plano construído nas bases para que essas participem da elaboração de um plano de governo que não será mais um plano de conciliação de classes, mas um programa que interesse ao povo brasileiro”, apontou Stédlie.

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