Por Correio Popular – Foto: Reprodução Correio Popular

A 2ª Feira Afro Literária “Laudelina de Campos Mello”, que neste ano aconteceu junto com o 1º Festival Literário de Campinas (Flic@), contou com a presença de autores negros locais, como Alessandra Ribeiro, Edna Lourenço, Francisco Lima Neto e Viviane de Paula e proporcionou a aproximação do público em geral com a cena cultural negra.

A curadoria da 2ª Feira AfroLiterária, assim como do Flic@, é das coordenadorias de bibliotecas, cidadania cultural e produção cultural. Dandewara Pereira, coordenadora Departamental de Bibliotecas da Secretaria de Cultura e Turismo, destacou que a Feira Afro Literária conseguiu reunir 25 expositores, cinco a mais do que no ano passado, e uma atrativa agenda de atividades culturais.

Ela destacou também que nesta edição foi possível contar com a participação dos povos originários, o que enriqueceu ainda mais a agenda. “O evento literário foi mais do que uma celebração; foi um convite para considerar e destacar a contribuição vital da comunidade afrodescendente no desenvolvimento da cidade, especialmente no campo literário. A feira emergiu como um tributo à riqueza intelectual e criativa da população negra não apenas em Campinas, mas em toda a região”, destacou.

DESTAQUE PARA OS AUTORES NEGROS

A proposta da Feira Afro Literária nasceu de um encontro de Francisco Lima Neto, um dos curadores, com o prefeito de Campinas, Dário Saadi que, juntos, tiveram a ideia de promover a feira. Francisco Lima Neto tem atuado no resgate da biografia de personalidades e eventos históricos de Campinas e região. Ele foi um dos escritores participantes desta edição.

Outra escritora que marcou presença foi Viviane de Paula. Ela, que também é modelo, lançou seu livro de poemas “Flores Roxas”, que narra a trajetória de uma mulher que viaja por diversos continentes enquanto tem que lidar com questões de autoestima, e não se vê no cabelo, nem em seu corpo. “Ela sofre violência doméstica, sofre violência de gênero, só que tem um momento na trama em que ela consegue reverter esse ciclo de dor que a vida dela era e consegue ressurgir e florescer como uma flor, por isso o nome do livro é Flores Roxas”, contou.

Viviane espera que tanto o Flic@, que termina neste domingo (19), quanto a Feira Afro, que teve sua programação concentrada até este sábado, 18, tenham sido eventos muito enriquecedores para a cidade de Campinas. “É preciso atividades desse tipo para que as pessoas leiam mais, para que a literatura seja mais fomentada no Brasil, especialmente de autoras e autores independentes”, disse.

Além do lançamento de livros, o evento contou com palestras, como a do professor Lindener Pareto, que abordou como é “Ser professor em tempos de guerra”, e de Thiago Bueno, intitulada “Desbloqueando o Poder das Comunidades Gamer”.