Por Paulo Maneira – Foto Reprodução

No período pré-eleitoral, há um elemento comum para todos os profissionais de comunicação que trabalham em campanhas eleitorais: o trabalho desgastante e exaustivo.

Com a profissionalização do marketing político, hoje é comum encontrar profissionais ou agências dedicadas mesmo em campanhas para vereadores. No entanto, qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento em redes sociais se proclama marqueteiro de campanha eleitoral, tornando o termo, em certos momentos, até pejorativo.

Esse processo de marketing digital eleitoral ganhou destaque nas eleições de 2008 com Barack Obama, que utilizou amplamente as redes sociais, incluindo disparos de SMS e uso do Twitter. No Brasil, ensaiava-se o uso de blogs, frequentemente empregados para campanhas negativas.

Em 2016, nos Estados Unidos, Donald Trump usou o Facebook de forma eficaz para se eleger presidente. No Brasil, em 2018, Bolsonaro adotou estratégias semelhantes às de Obama e Trump, focando nas redes sociais para sua campanha presidencial.

Esse cenário atraiu muitos profissionais que vendem sonhos impossíveis de serem entregues com estratégias mirabolantes. Se 10% das promessas desses novos “magos” fosse viável, o Brasil seria exportador de conhecimento em marketing político, e não apenas um consumidor, como somos ao estudar tendências e campanhas internacionais.

Marketing é um conjunto de estratégias baseadas em pesquisas, design, campanhas publicitárias, narrativas e, principalmente, muita disciplina. Imagine um restaurante que investe muito em marketing, mas negligencia seus cozinheiros e atendentes. Você recomendaria um restaurante pela propaganda ou pela qualidade do atendimento e da comida?

Em resumo, o marketing político se tornou uma ferramenta essencial nas campanhas eleitorais modernas. Contudo, é crucial que os profissionais atuem com ética e realismo, focando em estratégias viáveis e baseadas em pesquisas sólidas. O futuro do marketing político no Brasil depende da capacidade de inovar e adaptar as melhores práticas globais à nossa realidade local.

Por Paulo Maneira, estrategista político, sócio da agência Yellowfant, editor do site Bahia Jornal e apresentador do Podcast Liga da Política