Por Redação – Foto Reprodução

Na Bahia, 36.740 crianças entre 0 e 4 anos de idade estão na fila por vaga em creche e na região Nordeste, o estado lidera esse registro, segundo dados do “Levantamento Nacional Retrato da Educação Infantil no Brasil: acesso e disponibilidade de vagas”, lançado em agosto pelo Ministério da Educação (MEC).

Esse e outros dados sobre primeira infância e educação infantil vão compor o cenário da Audiência Pública: Primeira Infância no Centro, uma realização da Coletiva Mahin – Organização de Mulheres Negras por Direitos Humanos, que acontece na próxima terça-feira (3), às 14h, na reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA (Av. Araújo Pinho, 39 – Canela).

Esta é a segunda audiência do Projeto Primeira Infância no Centro: garantindo o pleno desenvolvimento infantil a partir do enfrentamento ao racismo.

Na ocasião, uma Carta Aberta às Candidaturas Municipais será entregue aos candidatos e candidatas às eleições majoritárias com reivindicações para que as futuras gestões estejam comprometidas com políticas públicas de primeira infância que promovam a equidade racial.

A Carta é uma construção do Grupo Articulador do PPI (Primeira Infância no Centro) formada por onze organizações nacionais da sociedade civil que atuam em defesa dos direitos das populações negras, quilombolas, indígenas e de comunidades de terreiro, dentre elas a Coletiva Mahin.

O diálogo integra uma das ações que a organização promove de formação, incidência política e advocacia no campo das políticas públicas para o pleno desenvolvimento da primeira infância negra e indígena em todo o território nacional.

A audiência tem o apoio da Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública do Estado da Bahia e vai reunir sociedade civil e setores governamentais e institucionais com o objetivo de estabelecer diálogo, com vistas a implementação de políticas públicas de promoção e garantia do pleno desenvolvimento infantil através do enfrentamento ao racismo.

“Consideramos que o campo da educação é o mais estratégico no que se refere à implementação de políticas de promoção de equidade, portanto garantir o direito a uma educação integral, de qualidade, inclusiva e antirracista, desde a primeira infância é uma medida indispensável para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa”, destaca Lindinalva Barbosa, defensora de direitos humanos e integrante da Coletiva Mahin.

Segundo ela, as organizações que integram o projeto Primeira Infância no Centro: garantindo o pleno desenvolvimento infantil a partir do enfrentamento ao racismo acreditam que a implementação de práticas pedagógicas antirracistas e a garantia de acesso igualitário aos serviços educacionais são fundamentais para combater o racismo e promover a justiça social desde a infância.