Sputnik – Governo começa a se preocupar com a falta de fertilizantes, visto que a maior parte vem da Rússia. Entretanto, especialistas apontam que usar essas terras para tal atividade pediria grandes investimentos, o que poderia tornar o produto final mais caro do que sua importação.

Nesta quarta-feira (2), o presidente, Jair Bolsonaro (PL), utilizou o Twitter para defender o uso de terras indígenas para a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos.

Aproveitando a crise ucraniana, o mandatário disse que em breve “corremos o risco da falta do potássio ou aumento do seu preço”.

A Rússia é um importante exportador desses produtos. Em 2021, 62% do total importado pelo Brasil da Rússia foram adubos ou fertilizantes químicos no equivalente a US$ 3,5 bilhões (R$ 18,6 bilhões), de acordo com a Folha de São Paulo.

No caso, dois pontos estariam preocupando o Planalto: a interrupção do fluxo de navios cargueiros saindo dos portos russos e os impactos das sanções do Ocidente contra Moscou.

Impacto este que já foi sentido ontem (1º), quando Belarus anunciou que não poderá mais vender fertilizantes para o Brasil por conta de um bloqueio feito na Lituânia – integrante da União Europeia que fechou sua fronteira – para passagem do produto, segundo o G1.

Apesar da fala de Bolsonaro, especialistas no setor apontam problemas na proposta do presidente. Eles dizem que, embora a possível incidência de potássio na Amazônia esteja registrada há décadas, ele se encontra em condições de difícil extração e a atividade representaria danos ambientais de grande impacto.

Além do mais, a viabilização desse tipo de empreendimento demandaria, durante anos, grandes investimentos na parte de extração e de logística, o que provavelmente tornaria o potássio obtido na região mais caro do que o de competidores internacionais, relata a Folha.

Atualmente, além da Rússia, o insumo é exportado por países como Canadá, Alemanha e Israel.