Por Redação – Foto Reprodução/Redes Sociais

O Brasil é o segundo país no mundo em número de assassinatos de ativistas ambientais. Os dados constam em um ranking divulgado pela ONG Global Witness e que traz dados do ano de 2023. O país fica apenas atrás da líder Colômbia.

Conforme o relatório da entidade, em todo mundo, um defensor da causa foi assassinado a cada dois dias, no ano passado. No Brasil, aconteceram pelo menos 25 assassinatos, em 2023. Na Colômbia, 79.

Os Povos Indígenas (85) e afrodescendentes (12) representaram 49% do total de homicídios do mundo, mostrando que a disputa, a grilagem de terras e as violências nestes territórios continuam sendo mais intensas, o que gera maior vulnerabilidade para os povos originários. Desde 2012, 766 indígenas foram mortos, representando 36% de todos os assassinatos de defensores do meio ambiente.

Um dos casos que mais chamou a atenção, em 2023, ocorreu no sul da Bahia. Um ataque de fazendeiros, organizados pelo movimento de extrema direita Invasão Zero, em área de retomada do povo Pataxó Hã Hã Hãe, no sul da Bahia resultou o assassinato de Nega Pataxó.

Conforme a ONG, além da organização dos ruralistas, as pressões institucionais e a lei do marco temporal em vigor, são estímulos para acentuar os conflitos nos territórios.

O relatório mostra que a América Latina foi a região com mais mortes, com 166, 85% do total. Mas a Global Witness destaca que os dados podem estar subestimados, já que muitos homicídios não são relatados, especialmente em áreas rurais e em alguns países.

Registros

Os dados brasileiros presentes no relatório foram coletados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). O dossiê anual dos conflitos no campo mostrou que houve um recorde em 2023, com 2.203 ocorrências.

Destas, 1.724 foram causadas por invasões, expulsões, despejos, ameaças, destruição de bens ou pistolagem sofridas por pequenos agricultores, comunidades tradicionais e populações indígenas.

Com a mudança no governo federal, de 2022 para 2023 houve uma queda de 26% nos registros de assassinatos no Brasil, porém o país continua ocupando o segundo lugar entre os que mais matam.