Por Redação – Foto Bashar TALEB/AFP

Na quinta-feira (4), o Exército de Israel assumiu a responsabilidade pelo ataque aéreo que atingiu uma escola em Nuseirat, na região central da Faixa de Gaza, resultando na morte de pelo menos 40 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Apesar das tentativas de negociar um cessar-fogo, os bombardeios e os confrontos persistem em Gaza, onde a maioria dos 2,4 milhões de habitantes foi deslocada e as organizações humanitárias relatam enfrentar uma crise generalizada de fome.

Philippe Lazzarini, diretor da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), afirmou que o bombardeio ocorreu “sem aviso prévio” aos milhares de refugiados abrigados nas instalações. Ele destacou que, apesar da agência ter informado as forças israelenses sobre as coordenadas do edifício, o ataque ainda assim foi realizado.

De acordo com Philippe Lazzarini, diretor da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), cerca de 6 mil refugiados estavam abrigados na escola da agência. “Atacar, alvejar ou utilizar prédios da ONU para fins militares é uma flagrante violação do Direito Internacional Humanitário”, escreveu Lazzarini em uma postagem no X. “As equipes, as instalações e as operações da ONU devem ser protegidas em todos os momentos.”

“Cheiro de sangue”

Em uma publicação na rede social X, Karin Huster, coordenadora da ONG Médicos Sem Fronteiras em Gaza, descreveu a situação como “insustentável”.

“O cheiro de sangue na sala de emergências esta manhã era insuportável. Há pessoas espalhadas por todos os lados, no chão, do lado de fora. Estão trazendo os corpos em sacos plásticos. A situação é insustentável.”

Antes do último ataque em Nuseirat, o centro havia recebido, desde terça-feira, “pelo menos 70 mortos e mais de 300 feridos, a maioria mulheres e crianças, devido aos bombardeios israelenses nas áreas centrais da Faixa de Gaza”, relatou a ONG.

Um porta-voz da Oxfam, organização internacional, expressou que “é uma vergonha que um cessar-fogo ainda não tenha sido implementado e que o Direito Internacional Humanitário seja repetidamente violado por Israel com total impunidade”. Ele acrescentou: “Dezenas de pessoas – incluindo crianças – foram massacradas enquanto dormiam”.

“O povo civil de Gaza precisa ser protegido, e os líderes mundiais devem impedir Israel de continuar com essa carnificina, além de fornecer a cobertura política necessária para isso”, concluiu o porta-voz.

O Exército de Israel assumiu a responsabilidade pelo bombardeio, justificando que o local abrigava uma “base do Hamas”.