Por Yuri Abreu – Foto Yuri Abreu

A vereadora Ireuda Silva (Republicano), disse que foi criada em um lar que sofria de violência doméstica diariamente. A vereadora participa na tarde desta segunda-feira (17) do lançamento da Patrulha Guardiã Maria da Penha da Guarda Civil Municipal, realizada pela Prefeitura de Salvador, que atuará na atenção às mulheres vítimas de violência no Município.

“E se tem alguém que pode falar de violência doméstica, essa sou eu. Porque eu fui criada em um lar dessa forma. Eu fui criada aonde pai agredia a mãe todos os dias. Eu fui criada aonde pai tinha embaixo do travesseiro um revólver 38 e em qualquer discussão ele tirava e ameaçava. E eu me ouso a dizer que 90% da população discute sobre isso. Mas não tem noção do que isso representa, do que isso significa na vida de uma adolescente, na vida de uma criança. Eu não nasci com o desejo de me matar. Eu não cresci, eu não tinha cinco anos e já tinha um desejo de suicídio. Eu vim ter esse desejo depois de ver aquele homem xingar aquela mulher dos piores nomes. E eu, enquanto criança com sete, oito anos, não poder fazer nada”, desabafou a vereadora.

Ireuda também relatou um triste episódio vivido em sua infância.

“Eu vi uma fita de sangue correndo na sala da minha casa e todas as pessoas invadindo dizendo que a minha mãe estava morta. Ela não estava morta, naquele momento estava desmaiada porque foi acertada por um golpe certeiro no nariz dela que a fez desmaiar. Então, eu não tinha desejo de estudar, eu tinha desejo de morrer, e eu sei o que representa isso. E quando eu cheguei na política, não é mais do que minha obrigação, eu estou fazendo favor às mulheres. Eu fiz a minha obrigação em criar projetos que venham a beneficiar as mulheres não só em defesa na questão de violência doméstica, mas também em outras áreas que venham libertar essas mulheres, como no caso de indicação de projetos que venham abrir as portas do emprego, que venham auxiliar os filhos dessa mulher vítima de violência, até na oportunidade de estar ali fazendo um estágio”, disse a vereadora Ireuda que é a idealizadora do Projeto de Lei que criou a Patrulha Guardiã Maria da Penha da Guarda Civil Municipal.